Sunday, May 07, 2006
A lágrima guardada
Sentia que havia coisas maravilhosas acontecendo, sabia que poderia está entre essas coisas maravilhosas, mas não sabia dizer por que não estava. Um dia sem querer sentiu algo em si, foi sem procuras ou tentativas, simplesmente estava onde acostumava está e pronto sentiu, era seu coração pulsando. Como?! Isso mesmo um tal “tum-tum, tum-tum” (susto), depois uma gargalhada, longa, espontânea e assustada gargalhada (estremecimento). Existo. A vida era o segredo do segredo, que gritava no corpo de cada um, grito mudo ninguém ouve. Mas a inquietação da cabeça doendo?! Será que o corpo sabia do grito mesmo sem que seus sentidos o avisasse? Talvez sim, talvez não, talvez sim e não ou ainda talvez nem sim nem não. “Tum-tum, tum-tum” aquele pulsar foi o regente daquele pranto, sentir vida lhe doeu. Suspirou aliviada, isto já era passado, sabia que assim seria por isso lá estava na estante o pequeno frasco em formato de rosto (mistério). Tomou o frasco em suas mãos, vai abrir? Sim vai abrir... A terra não parou de girar, O frasco já foi aberto?! Não. O sol forte sobre tudo, força o aparecimento daquelas sombras ou não? Não sei. Mas voltemos ao frasco aberto, não, ainda está fechado. Acho que errei o frasco não será aberto ou será?! Paciência hoje tenho, na verdade sempre tive, mas era uma paciência apenas por obediência, diziam: - Tenha paciência, então tinha.O frasco passeava por aquelas mãos, vai se saber o que vai ao coração aos pensamentos e se soubesse como dizer e ser realmente compreendido? Por vezes as palavras empobrecem o sentir. Quero falar desse frasco aberto, mas o que fazer se ele ainda esta fechado? Há uma esperança enquanto ele estiver entre as mãos, esperança morta, lá esta novamente na estante. Direi logo o que há naquele frasco ou que havia ou ainda o que era para haver, é uma lágrima, ou era uma lágrima ou ainda era para ser uma lágrima. Dói-me saber que o erro é inevitável, mas o pior é errar tendo a certa certeza que se está acertando ou talvez isso não seja o pior, alguns acreditam que a ignorância é uma espécie de felicidade. Tum-tum, tum-tum e o pranto lhe veio, mas tão calmo que trouxe-lhe à mente a expressão: “...como cordeiro mudo levado ao matadouro...” Guardou uma lágrima ali naquele frasco, não sabia o porque ou se existia o porque, desespero, desequilíbrio, loucura, simpatia, esperança...? Não sabia e não conhecia quem o soubesse ou conhecia, mas não sabia que conhecia. O conhecimento pode ser algo misterioso, principalmente quando ele existe dentro do desconhecido. Mas a lágrima secou e pregou-se ao vidro daquele frasco que apenas os olhos observadores poderiam perceber aquela manchinha arredondada no fundo do frasco.
Djenane Kênia Azevedo
E-Mail djenia01@yahoo.com.br
Rabiscado Por Poetisa
Hora 10:45 AM
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